'' E mesmo sabendo que eu tinha um
caso, continuou comigo. Não era segredo pra ela''.
Ouvi numa série da Tv.
Há alguns anos aconteceu o mesmo comigo, não sei o tempo que demorei pra descobrir, ou pra me deixarem descobrir, mas o que me fez pensar é se eu deveria ter feito o mesmo. Fingir e permanecer como se não tivesse me afetando todo aquele silêncio e indiferença que, vez ou outra se transformava num apelo sentimental que me culpava por ter como reação e resignação o mesmo silêncio. Foram dois ou três anos - não lembro ao certo o momento da cura - de pelejo, choros escondidos e arrepios quando o cheiro do perfume me impregnava dentro do ônibus, na sala de aula ou na fila do banco.
De início decidi ficar e descobrir em qual parte falhei. Busquei, analisei e interroguei o lado mais escondido dele. Achei uma casa nova, com cores que não eram minhas, na verdade passei a ser outra casa, me disse no último dia que o vi. Foi o que mais doeu e, ao mesmo tempo, as palavras que precisei pra entender que já estava grande demais para um hóspede tão pequeno.