O real está no escondido

'' E mesmo sabendo que eu tinha um
caso, continuou comigo. Não era segredo pra ela''.

Ouvi numa série da Tv.
Há alguns anos aconteceu o mesmo comigo, não sei o tempo que demorei pra descobrir, ou pra me deixarem descobrir, mas o que me fez pensar é se eu deveria ter feito o mesmo. Fingir e permanecer como se não tivesse me afetando todo aquele silêncio e indiferença que, vez ou outra se transformava num apelo sentimental que me culpava por ter como reação e resignação o mesmo silêncio. Foram dois ou três anos - não lembro ao certo o momento da cura - de pelejo, choros escondidos e arrepios quando o cheiro do perfume me impregnava dentro do ônibus, na sala de aula ou na fila do banco.
De início decidi ficar e descobrir em qual parte falhei. Busquei, analisei e interroguei o lado mais escondido dele. Achei uma casa nova, com cores que não eram minhas, na verdade passei a ser outra casa, me disse no último dia que o vi. Foi o que mais doeu e, ao mesmo tempo, as palavras que precisei pra entender que já estava grande demais para um hóspede tão pequeno.

Cedo demais

Sinto um cansaço enorme, físico e mental.

 

Casei, tive filhos e administro uma casa. Eu não quero isso, nunca desejei. Vou largar tudo antes mesmo de começar. Esqueceram de mim, das minhas vontades. Ajudar não é dar esmola, dar a mão não é carregar. Preciso ser responsável somente por mim, é o que desejei até hoje.

writer

por hoje é somente um teste, pois o calor está demais